Gente feliz não enche o saco.

          Deve ser por esse motivo que tenho me isolado tanto depois de perder o emprego. Sendo bem honesta, nunca fui uma pessoa muito legal. Eu tenho o temperamento difícil, mas não daquele jeito que se imagina quando qualquer pessoa diz isso. Não faço o tipo turbulenta e que esbraveja, na realidade eu evito falar sempre que julgo estar errada, na maior parte do tempo eu sou bem tranquila e minha presença quase não se nota. Mas eu sou difícil para aqueles que ousam me conhecer... Não sei explicar muito bem essa parte de "ser difícil", pois é assim que as outras pessoas me veem, não como eu me vejo (me acho chata sim, porém me julgo uma pessoa bem prática e simples de se entender, não acho que sou um "mistério"). Logo, são estas pessoas que deveriam explicar como sou, mas elas sempre falham miseravelmente quando peço para que me expliquem o motivo de me julgarem como sendo um ser humano "complicado". Elas não conseguem explicar o que julgam complicado, e isso sim é "complicado" para mim. Mas de fato, gente feliz não enche o saco... E eu tenho enchido até o meu próprio! Não estou feliz...

          Amanhã completam-se 48 dias que não fumo. Ainda não consigo me enxergar como uma "ex-fumante", pois vez ou outra me pego pensando em como era fumar, principalmente quando meus nervos afloram e estou ao ponto de estourar minha própria cabeça contra uma parede. Como fumar ajudava a me acalmar... Mas essa ajuda me cobraria seu preço lá na frente, fosse com algum problema respiratório ou com o tão temido câncer. Claro que há pessoas que não fumam, não bebem e ainda assim acabam com tumores malignos. Mas é fato que tabagistas são mais propensos a estes males... Por isso parei de fumar. Há o fato do envelhecimento precoce também... Farei 27 anos em dezembro e meu rosto ainda é o de alguém da minha idade (ou menos, porém até agora nunca me deram mais idade do que tenho), mas sei que depois dos meus 30, se eu continuar fumando, irei aparentar ter dez anos a mais e isso só irá piorar com o tempo. Por isso também eu parei de fumar... Mas é difícil. É muito difícil. Imagine a si mesmo tendo que abrir mão da sua única válvula de escape para seu estresse em demasia? É isso que fiz... Até agora tenho procurado por algo para substituir, mas sem sucesso. Meditação não serve para mim, terapia está fora de cogitação... Então eu acabo me isolando na intenção de me manter calma. Não adianta muito, mas é melhor do que me expor  por aí e acabar explodindo de raiva, pois como não estou feliz e estou mais chata que o usual, tudo me irrita! Absolutamente tudo...

          Já me prolonguei demais... Apenas quero pedir desculpas por não ter passado no blog de vocês ainda, mas eu não consigo arranjar nada de bom para escrever. E se for para deixar qualquer comentário genérico em vossos blogs, prefiro não deixar nada, pois vocês merecem muito mais do que isso. Vou me esforçar para ter algo de bom para dizer-lhes o mais breve possível. Sinto falta de comentar em vossos cantinhos... Sinto falta de mim, sendo uma pessoa mais suportável.



          ♥

O que eu posso fazer para te deixar feliz?

          Nada. Essa é a verdade. A pergunta correta é: o que eu posso fazer para ME fazer feliz? Não adianta se esforçar para fazer os outros felizes sendo alguém infeliz. E eu sei que isso parece muito óbvio, mas por favor, acreditem quando digo que não é. Eu nunca fiz o estereótipo de pessoa feliz, mas por sorte, nunca tentei fazer muitas pessoas felizes também, pois sempre tive isso em mente. Acredito que minha amargura como ser humano deve-se exatamente por isso... Pouquíssimas vezes quis fazer alguém feliz, e quando eu finalmente me rendia, acabava por descobrir que aquela pessoa não valia a pena, por mais que eu gostasse dela. Então com o tempo você se torna um indivíduo cheio de amarguras e amarras que te impendem de confiar, entendem? É como se qualquer pessoa que você gostasse (seja como amigo ou como namorado/a) fosse te decepcionar, porque todas as outras te decepcionaram. E aí você pensa que deve dar uma chance, afinal, "nem todo mundo é igual" - eles dizem... E depois de relutar muito consigo mesmo e finalmente contrariar seu lado mais sensato, você dá uma chance para uma pessoa nova e... Adivinhem só? Exatamente... Se decepciona, outra vez. Mas você já sabia disso, então o que te faz se surpreender tanto? Talvez você se surpreenda por ser como eu, se achar muito inteligente e incapaz de se decepcionar novamente, mas a realidade é que você é como todas as outras pessoas... Mais cedo ou mais tarde, você acabará sucumbindo à vontade de confiar em alguém, de dar uma chance para alguém - principalmente se for para alguém que aparenta ser legal e "diferente de todos os outros". Não caia nessa outra vez, humanos são humanos e você não pode e nem deve depositar suas expectativas em outrem, além de si mesmo. Digo isso por ter pensado muito, desde o último post, na seguinte coisa: se eu decepciono à mim mesma, por qual motivo um indivíduo qualquer não me decepcionaria?

          Sei que estou parecendo muito amargurada hoje, mas preciso dizer-lhes que não é este o caso. Depois do meu desabafo no último post, eu passei a me sentir melhor e bem menos deprimida. Acredito que o que eu precisava era apenas conversar com alguém - pois como havia dito, nos últimos tempos não tenho conversado com ninguém além da minha mãe. E de fato era isso, pois no dia seguinte já me sentia bem melhor! Mas estou falando sobre confiança (ou a falta dela) novamente porque esse é um assunto muito recorrente na minha vida. Sempre fui muito desconfiada, desde pequena... Minha mãe sempre me diz que eu era aquele tipo de criança que não falava com ninguém estranho, não ia no colo de outra pessoa além dela (e quando me pegavam sem consentimento, eu armava um escândalo), nunca gostei de muita proximidade - como beijos, abraços e esse tipo de coisa -, enfim... Digo isso apenas na intenção de exemplificar como sempre fui. No quesito amigos, sempre foi assim também... Eu não tinha muitos amigos, desde pequena. Entrei na escola com 4 anos, e desde que me lembro, sempre fui aquela criança que demorava consideravelmente para fazer amizade e depois que conhecia a maioria das pessoas, acabava por escolher um ou no máximo dois coleguinhas para serem meus amigos. Nunca fui do tipo de ter "grupo" de amigos, embora na minha adolescência bebia em grupo com uma galera aleatória, mas essa galera era composta de amigos da minha irmã, com quem eu de fato saía. Conhecê-los era apenas uma consequência e nunca consegui me tornar amiga deles, permanecendo com minhas duas amigas da escola (que não frequentavam tais lugares)...

          Quero escrever muito mais! Porém já me estendi por mais tempo do que previ para este post... Se alguém tiver paciência de ler até aqui, já será muito! Então é melhor não me estender mais. Porém, quero apenas concluir o post, dizendo que aos poucos, durante essa semana, eu venho mentalizando para me reerguer e voltar a cuidar de mim, física e mentalmente. Até meus 15/16 anos eu fui uma pessoa muito espiritualizada... Não no sentido de ter uma religião fixa, mas sim no sentido da palavra "espiritualizada" mesmo... Eu acreditava numa força maior (Deus ou o que seja) que regia esse vasto Universo no qual vivemos. Acreditava em elementares da natureza e em todos os tipos de energias que regem nossa vida. Energizava cristais, acendia incensos, tirava tarô, fazia rituais de energização  e etc. De repente, me tornei nisso que sou hoje: uma pessoa que perdeu tanto a confiança nas pessoas, que por sua vez perdeu também naquilo que alguns chamam de "divino". Passei a não acreditar em mais nada e a desconfiar de tudo e de todos. Eu não quero mais ser assim... Não estou dizendo que me tornarei espiritualizada novamente da noite para o dia, que de repente começarei a confiar mais nos outros e blá blá blá, pois se dissesse tais coisas eu estaria mentindo veementemente! Mas ouso dizer que quero buscar tal espiritualidade novamente... Quero me conectar outra vez com a natureza e equilibrar meu estado de espírito, assim como era antes. Eu tinha meus momentos ruins, sim, desde que me conheço por gente... Mas essa coisa da espiritualidade sempre me ajudava nos tempos mais difíceis. Atualmente, eu não tenho nada que me ajude, além de mim mesma... E por vezes, eu sozinha tenho me atrapalhado mais do que ajudado. Tenho empacado meu desenvolvimento como ser humano, ao invés de me auxiliar a crescer mental e espiritualmente. Acho que isso precisa mudar, e só eu posso começar essa mudança...

          Continuo devaneando em outro post (ou não)... Beijinhos para todos que ainda lêem este blog e muito, muito obrigada mesmo, pelos comentários no último post. Eu precisava escutar tais palavras e saber que não estou tão sozinha quanto imagino. ♥

PS: hoje faz 34 dias que estou sem fumar. Passei de um mês! Isso é, além de um recorde, uma grande conquista que até 34 dias atrás eu imaginava ser impossível, devido a todas as tentativas falhas... Isso foi um tapa na minha cara, por viver dizendo para mim mesma que "de nada adianta tentar, se em todas as vezes que tento eu sempre fracasso". Ah, meus anjos... É de tanto tentar e cair que uma hora chegamos onde tanto almejamos chegar! Não importa que você dê apenas um passo e caia, o importante é não parar de andar. Os tropeços da vida apenas retardam nossa chegada ao objetivo final, mas não impede que cheguemos nele, nunca. ♥

Mais do mesmo de sempre...

          Dizer que engordei não é novidade, por isso digo que só estou aqui para dizer mais sobre o mesmo de sempre...

          Me pesei hoje: 80,100 kg. Não posso nem reclamar, pois não tenho feito nada, literalmente, nos últimos tempos. Eu fico deitada na cama, quando não estou deitada, estou sentada na frente do computador. Minha vida tem sido apenas isso: dormir e ficar no computador, tentando ocupar meu tempo com coisas banais, apenas para não surtar.

          Eu tenho enviado bastante currículos para vários lugares, mas obviamente nenhum lugar me chama para entrevista. Acho que devem adivinhar o quanto sou feia e inútil. Devem saber que fracasso em tudo que tento e por isso não me contratam. Bobagem... Estou apenas fazendo drama, obviamente... Não é como se tivessem uma bola de cristal para saberem dessas coisas apenas pelo meu currículo. Mas que estou com bastante azar, isso é verdade...

          Na última vez em que fiquei desempregada, fiquei quase dois anos sem emprego. Estou com medo que isso aconteça outra vez, pois tenho que voltar para a faculdade enquanto tenho tempo. Já faço 27 anos em dezembro e sinto que meu tempo está acabando. Não tenho profissão, não tenho mais amigos... Não tenho mais nada. E por favor, não digam que estou fazendo drama, pois não falo disso em lugar nenhum, apenas aqui. Não estou reclamando também, apenas estou descrevendo o quadro atual da minha vida.

          Eu sei que sempre digo que estou bem sozinha. E em partes é verdade, pois acho menos problemático não ter que sustentar relacionamentos pessoais com as pessoas. As pessoas são problemáticas e é difícil lidar com elas. Apenas um exemplo do que me ocorreu esses tempos: no começo do ano, uma amiga me procurou, pois não nos falávamos tinha quase um ano, se me lembro bem... Paramos de nos falar porque ela deixou de falar comigo, dizia que não tinha tempo para falar comigo sempre, sendo que nunca exigi isso dela, até porque quem me conhece sabe que também não fico em contato todo dia e etc. Enfim... Resumo da história: ela me procurou, pedindo desculpas pelo afastamento e blá blá blá. Eu desculpei e pedi desculpas também, sei lá pelo o quê, mas caso tivesse feito algo, já tinha me desculpado. Acabou que por fim ela se afastou outra vez. E eu sei que ela tem os problemas dela, mas sei também que esse não é motivo do afastamento, pois ela não se afastou de todos os amigos e sim apenas de mim (sei disso porque tenho contato com alguns amigos dela e perguntei como ela estava e etc, e eles responderam normal, dizendo que falam com ela constantemente). Ou seja, eu sei que o problema está comigo, na nossa amizade. Mas gostaria que as pessoas fossem mais honestas e dissessem quando há algo de errado ou algo que as incomode. Assim eu poderia tentar fazer as coisas direito... Enfim, é só um exemplo para saberem porque prefiro estar sozinha.

          A verdade é que eu ter me acostumado a ficar sozinha, não significa exatamente que eu goste dessa situação. Simplesmente eu me magoo menos assim, embora seja uma vida bem solitária. Eu passo dias sem falar com alguém (exceto minha mãe, que mora comigo, claro), mas não é como se eu pudesse conversar sobre tudo com ela, então a realidade é que nos falamos pouco, apenas o essencial e por vezes coisas levianas, como o dia dela no trabalho e os mesmos assuntos de sempre... Enfim, a verdade é que estou cansada de sempre ter meus relacionamentos com as pessoas fadados ao fracasso. E sei que por vezes a culpa é minha, mas quando eu erro em alguma coisa, tento conversar com a pessoa e consertar o que fiz de errado. Só queria que as pessoas fizessem isso também... Ou pelo menos me falassem quando estão descontentes comigo, para que eu pudesse ter a chance de tentar mudar e ser menos... Eu.

          Acho que é isso. Não tenho muito o que contar. Preciso me reerguer e voltar a focar no meu emagrecimento. A realidade é que ando bem deprimida para me esforçar para emagrecer, mas sei que me deixar engordar tanto assim apenas me trará mais infelicidade. É problemático ser gorda e triste. Bastava ser apenas triste...

PS: estou sem fumar há 26 dias. Acho que é a única vitória dos últimos tempos...

PS²: sei que disse que só voltaria aqui quando estivesse com 69 kg, mas como isso não ocorrerá tão cedo, resolvi dar as caras antes...

Post clichê sobre a virada de ano. Que venha 2024.

           Resumidamente:  — Fecho o ano com 71,700 kg. Faltou pouco para sair da casa dos 70 kg. Mas, tenho o próximo ano todo para isso......